História do Judo

O Judo (em português, “caminho da suavidade”) é uma arte marcial japonesa que foi criada por Jigoro Kano em 1882. Para a criação do JUDO, Jigoro Kano usou e adaptou o antigo Ju-Jitsu (arte marcial usada pelos Samurai). Jigoro Kano começou a ensinar Judo num pequeno Templo em Tóquio - o KODOKAN JUDO. 

Cedo começou a rivalidade entre as escolas que ensinavam o Ju-Jutsu tradicional e os alunos de Kano, rivalidade essa que só terminou com uma competição organizada pela Polícia, a qual visava escolher o método a utilizar pela Polícia. A vitória dos discípulos de Kano foi indiscutível.

A popularidade do KODOKAN JUDO crescia exponencialmente. Praticado por homens e mulheres, o JUDO ultrapassou fronteiras e chegou aos Estados Unidos em 1902, durante a presidência de Theodore Roosevelt, e espalhou-se rapidamente por todo o mundo, muito graças aos incansáveis esforços de Jigoro Kano.
Para além de uma arte marcial, o Judo é, igualmente, um desporto e uma Filosofia de Vida. O Judo é todo um modo de viver que nos ensina o princípio da cooperação e benefício mútuo (Jita Kyoei) e a alcançar a máxima eficácia através do mínimo esforço (Seiryoku Zenyo).
Como desporto, o Judo é um dos mais praticados em todo o Mundo e é modalidade Olímpica desde os Jogos Olímpicos de 1964 e, em 1988, foi introduzido o Judo Feminino nos Jogos Olímpicos. As competições, independentemente do Nível, dividem-se geralmente por idade, peso e género. Pratica-se em cima de tapetes (tatami), numa sala a que chamamos DOJO.Existe, também, Judo de competição para pessoas com deficiência. Hoje em dia, o Judo é a arte marcial com mais praticantes a nível mundial e o segundo desporto mais praticado. É, sem sombra de dúvida, um desporto completo e uma Escola de Vida.

JIGORO KANO - O FUNDADOR DO JUDO

Jigoro Kano nasceu a 26 de Outubro de 1860. Foi, nos seus anos de juventude, um aluno exemplar. Sendo magro e baixo, era alvo, por parte de colegas mais corpulentos, do fenómeno hoje chamado de "bullying", o que terá pesado na sua busca por um Mestre de artes marciais. Aprendeu Inglês e Alemão e, em 1874, entrou para a Escola de Línguas Estrangeiras de Tóquio. Entretanto, Jigoro dedicou-se, paralemamente à sua vida académica, ao estudo do JIU JITSU.

Em 1881, entrou para a Universidade Imperial de Tóquio. Em 1882, nasceu a arte que tornou o seu nome conhecido em todo o Mundo - O JUDO. Para a sua criação, Jigoro compilou as melhores técnicas das várias escolas de Jiu Jistu, melhorou-as e retirou o que achava desnecessário ou demasiado perigoso. Lutou, arduamente, o resto da sua vida, pela divulgação do Judo. Foi reitor na Universidade de Kumamoto, foram-lhe oferecidos cargos na política, representou o Japão no Comité Olímpico Internacional e recebeu a ORDEM DO SOL NASCENTE. Jigoro Kano faleceu a 4 de Maio de 1938, a bordo do navio Hikawa Maru, deixando-nos um legado de valor incomensurável.
O JUDO EM PORTUGAL
Antes da vinda do Mestre Kobayashi para Portugal, já tinha havido contacto com o Judo, quer na forma da arte que lhe deu origem – o Jiu Jitsu (o primeiro professor de Jiu Jitsu em Portugal foi Hirano) - quer na forma de um Jiu Jitsu renovado, adaptado aos novos Tempos: o JUDO de Jigoro Kano.

Por toda a Europa, esta arte marcial estava a suscitar curiosidade, não sendo Portugal excepção. Assim sendo, foi com naturalidade que os entusiastas e investigadores portugueses, procurando aprender o mais possível sobre esta arte nipónica, foram pesquisando e lançando livros, como A Defesa Na Rua, de Armando Gonçalves, publicado em 1914 ou O Fraco vence o Forte , do mesmo autor, publicado em 1941.
No ano de 1936, a PSP do Porto inclui no seu programa de curso o Jiu Jitsu.
Em 1946, António Correia Pereira (o primeiro português a conseguir a graduação de 1º Dan, embora pelo Kodokan, pelo que não é reconhecida pela FPJ) funda a ACADEMIA DE BUDO. A sua paixão pelo Judo leva-o a criar a primeira revista de Judo e, com o pseudónimo de Minuro, publicou o livro A Essência do Judo. Em 1947, foi fundada a Academia de Judo.

Finalmente, em 1958, no mês de Agosto, o Mestre Kiyoshi Kobayashi, acompanhado por Ichiro Abe e pelo belga Lannoy-Clerraux, veio a Portugal. O Mestre Kobayashi foi convidado a ficar em Portugal e, num acordo entre Portugal e Japão, ficou estipulado que cá permaneceria a ensinar e fomentar o Judo por dois anos. Porém, terminados os dois anos, e apesar dos vários convites de outros países, o Mestre K. Kobayashi decidiu permanecer em Portugal, onde continuou a ensinar e fomentar o Judo, contribuindo, enormemente, para o desenvolvimento e reconhecimento da modalidade no nosso país. É, por isso, apelidado, com toda a justiça, de O Pai do Judo Português. O Sensei Kobayashi faleceu a 12 Setembro de 2013, ficando imortalizado pelo seu trabalho em prol do Judo.

Em 1959 realizou-se o primeiro Campeonato Nacional Absoluto, no Estádio Universitário de Lisboa. É também nesse ano fundada a Federação Portuguesa de Judo(FPJ). Os primeiros clubes a filiarem-se foram o Clube Shell, Judo Clube de Beja, o Ginásio Clube Português e o Círculo de Judo do Porto.
Em 1961, Portugal participou, pela primeira vez, nos campeonatos da Europa e do Mundo.
Após a revolução de 25 de Abril, começou a haver um maior apoio à modalidade e começam a aparecer cada vez mais salas e treinadores. Com o crescimento do número de Clubes, é clara a necessidade da criação de Associações que representem os Clubes junto da FPJ, em vez da representação directa que havia até então. Assim sendo, Coimbra e Santarém criam as primeiras Asociações devidamente reconhecidas.
À medida que os resultados desportivos a nível internacional vão melhorando, vai crescendo, paralelamente, o interesse dos portugueses pela modalidade.
Em 2000, Nuno Delgado alcança aquele que é, até hoje, o melhor resultado de sempre de um judoca português: a medalha de Bronze nos jogos Olímpicos de Sydney (2000). Porém, outros atletas têm vindo a ganhar reconhecimento e prestígio, nacional e internacional, por valorosos resultados desportivos, como, por exemplo, Telma Monteiro, João Neto, João Pina, Joana Ramos ou Pedro Soares,  .